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CRB : oração, encontro do homem com Deus e consigo mesmo

CRB : oração, encontro do homem com Deus e consigo mesmo

“Buscar-me-eis e me encontrareis: procurar-me-eis do fundo do coração, e eu me deixarei encontrar por vós” (Jer 29,13s) A oração

Foto da Catedral

“Buscar-me-eis e me encontrareis: procurar-me-eis do fundo do coração, e eu me deixarei encontrar por vós” (Jer 29,13s)

A oração é um ato de liberdade e de busca realizado pelo homem, numa resposta que este dá a Deus, onde o homem se entrega, se abandona, se conhece, acolhendo a vontade de Deus e estando atendo, num momento de silêncio interior e exterior, para poder escutar e falar com o Amado, agindo de corpo e alma. É um momento oportuno de poder olhar para si, refletindo assim sobre sua existência e sobre o mundo no qual está inserido, olhando de modo especial para sua vida e reconhecendo a presença amorosa de Deus Pai, as graças que recebe a todo momento, em cada instante de sua existência, e deixando-se conduzir pela ação do Espírito Santo de Deus, que conduz o nosso caminho e nos ajuda a crescer na fé, na esperança e na caridade.

“A oração é um trato de amizade, estando, muitas vezes, a sós, com Quem sabemos que nos ama”. (Santa Teresa de Jesus – Livro da Vida, 8, 5) A oração é uma resposta de amor que se fundamenta, na fé, no amor e na confiança. A iniciativa é sempre do Amigo, assim sendo, a oração é uma imersão solitária na intimidade, mas é uma ação comunitária.

Na oração ocorre uma comunicação entre Deus e o homem, o homem que se abre e escuta o chamado de Deus, que quer fazer comunhão, que quer fazer um encontro, oferecendo assim uma oportunidade de transformação ao homem, tendo como modelo a pessoa de Cristo, que nos leva a realizar a vontade do Pai, nos inserindo cada vez mais na prática do amor diante de nossa realidade e dos desafios do cotidiano.

A oração deve ser transformante, nos tirando de nosso cotidiano, nos dando o ânimo necessário para assumirmos cada vez mais a nossa vocação no mundo e na Igreja, nos encorajando verdadeiramente para podermos nos abandonar nas mãos de Deus.

Não nos é possível definir o homem sem recorrer ao entendimento da oração. Do mesmo modo não podemos compreender a natureza e a meta da oração sem compreender a vocação total do homem. Quem é o homem que reza? Quais são meus sentimentos, minhas emoções, minhas necessidades e minhas esperanças? A oração me leva a uma reflexão do mistério do próprio ser e do mistério de Deus? A oração me leva a uma reflexão para compreender o universo ou o significado da minha existência?

Questões estas que são fundamentais, onde devemos trazer em nosso momento orante, como também saber louvar e agradecer a Deus a sua bondade e seu amor por cada um de nós, onde na entrega que fazemos na oração, Deus nos resgata a dignidade, nos mostra o caminho para podermos sempre fazer o bem e sermos bons. A oração é um encontro, um diálogo, um crescimento humano e espiritual, é um discernimento.

Foto: Fotografia Religiosa

Três coisas que não podemos deixar de sentir na nossa experiência orante: a presença viva e pessoal de Deus, sua presença real e o diálogo que fazemos com Ele. O Deus vivo que vem ao nosso encontro e nos conhece profundamente, onde devemos ter fé, Naquele que nos ama. O Deus que se apresenta de uma maneira real, ativa, que se revela e nos convida a uma resposta do nosso momento orante. Uma fé viva e orante, que se manifesta na vida do homem. O Deus da confiança que se revela em nossa oração, uma relação entre Deus e o homem, entre o homem e Deus.

A oração me leva a entrar no mistério de Deus e sentir sua presença, por isso a oração é um encontro amoroso e devemos como nos diz Paulo: “orai sem cessar” (1 Ts 5,17), uma busca constante, por isso, devemos nos esforçar em nosso cotidiano a achar um tempo, mesmo que curto, para podermos rezar, para podermos lembrar de Deus, sentir sua presença e saber agradecer.

Fazer um momento orante, é ter a oportunidade de se encontrar consigo mesmo e com Deus. O primeiro passo para o momento da oração é que devo entrar, antes de mais nada, em contato comigo mesmo. Isto nos foi ensinado  pelos padres da Igreja e pelos primeiros monges. Cipriano de Cartago escreve: “Como podes pretender que Deus te escute, se tu não escutas a ti mesmo?”

Escutar a si mesmo significa, antes de tudo, escutar ao seu verdadeiro ser, entrar em contato consigo mesmo; mas significa também dar ouvidos aos próprios sentimentos e necessidades, a tudo aquilo que se agita dentro de mim. Escutar a si mesmo, entrar em contato consigo e com as próprias necessidades mais íntimas, é, para Cipriano, a condição necessária para se entrar em contato com Deus na oração.

Que possamos nos deixar levar pela oração, fazer o encontro, conhecer a nós e conhecer a vontade do Amado.

Ser orante, é ser confiante, é ser verdadeiro discípulo missionário, é estar atento ao convite de Jesus: “Avança para águas mais profundas, e ali lançai vossas redes para a pesca”. Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, na tua palavra, lançarei as redes” (Lc 5,1-5).

Ser orante é fazer a vontade do Mestre.

 

CRB  Osasco 

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